EH216-S AAV, o drone que pode transportar dois passageiros humanos desenvolvido pela empresa EHang Holdings, recebeu seu certificado de aeronavegabilidade da Administração de Aviação Civil da China. O regulador é o equivalente à Administração Federal de Aviação dos EUA
A Ehang, listada nos EUA, afirma ser a primeira no mundo a obter tal certificado, que lhe permite voar aeronaves elétricas autônomas de decolagem e pouso verticais (eVTOL) para transporte de passageiros na China.
O certificado também simplificará significativamente a capacidade da empresa de obter certificados semelhantes para operação comercial nos EUA, Europa e Sudeste Asiático, disse o CEO Huazhi Hu.
“No próximo ano devemos começar a expandir para o exterior”, disse ele, observando que os reguladores ainda precisam estabelecer um processo de regulamentação mútua da certificação de aeronavegabilidade chinesa.
As ações da Ehang quase duplicaram de preço este ano, antes de as negociações terem sido temporariamente interrompidas na segunda-feira “em antecipação a um próximo anúncio relativo a um desenvolvimento muito significativo em relação às suas operações comerciais”. As negociações foram programadas para serem retomadas na sexta-feira.
A empresa tem uma capitalização de mercado de cerca de US$ 1 bilhão.
Ação regulatória global
A FAA dos EUA divulgou em julho um plano que fornece um caminho para permitir veículos voadores autônomos semelhantes, mas inicialmente ainda exige que os pilotos se sentem a bordo.
Joby Aviation , com sede na Califórnia, um dos principais players da indústria nos EUA, anunciou no início deste mês que expandiu seu programa de testes de voo de pilotagem remota para incluir um piloto a bordo – mas não mencionou nenhum passageiro. Joby tem um contrato com a Força Aérea dos EUA que a empresa afirma valer até US$ 131 milhões.
Os reguladores na China têm preparado o caminho para que veículos voadores autônomos obtenham a certificação. Em junho, a China divulgou novas regras para voos de aeronaves não tripuladas – veículos sem piloto a bordo. Está definido para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2024.
Hu disse que a Ehang ainda está avaliando em qual cidade da China a empresa lançará seu primeiro voo de táxi aéreo de passageiros e se recusou a divulgar uma data específica. Hu também é o fundador e presidente do conselho de administração da Ehang.
Ele observou que a China é o maior e mais rápido mercado – com a maior demanda – para esses veículos voadores.
No segundo trimestre, a Ehang disse que criou uma joint venture com a Xiyu Tourism, listada em Shenzhen , e entregou cinco unidades EH216-S. O empreendimento visa desenvolver o turismo de baixa altitude com pelo menos 120 veículos Ehang nos próximos cinco anos, disse a empresa.
A Ehang disse que tem pré-encomendas no exterior de mais de 1.200 unidades, inclusive de clientes como Japan AirX, Malaysian Aerotree e Indonesia’s Prestige.
Hu disse que a empresa iria lançar entregas em vez de atender aos pedidos de uma só vez, uma vez que a indústria ainda está numa fase inicial de desenvolvimento.
Ainda assim, ele prevê que em cerca de cinco anos os táxis aéreos serão uma visão comum em muitas cidades.
