A gigante china DJI decidiu hoje colocar um pouco de lenha na fogueira meio morna do mercado de action cams e lançou a DJI Osmo Action com o objetivo de abocanhar uma fatia deste mercado que ha anos tem estado nas mãos de Nick Woodman, fundador da GoPro.
DJI Osmo Action
Olhando de longe a Osmo Action é uma action cam que olhando de longe se mostra muito semelhante a uma GoPro tanto no formato quanto nos recursos. Já olhando de perto… a impressão é exatamente a mesma, e apesar da onipresente expectativa em torno da capacidade criativa da DJI, o que vimos (de longe) são alguns aprimoramentos que podem fazer sentido para alguns mas nem tanto para outros.
Semelhanças
Externamente uma poderia tranquilamente passar pela outra diante de olhos desavisados se não fosse a principal diferença da nova Osmo Action, um LCD colorido de alta resolução na parte da frente que tem a missão evidente de arrebatar os corações dos aventureiros chegados em uma selfie.
De resto é a mesma coisa. Uma tela touch na parte de trás (2 polegadas no caso da GoPro e 2,25 no caso da Osmo Action), botões, conectores, lente e compartimento para bateria e cartão SD.
Em termo de tamanho e peso elas são bem semelhantes. 65×42×35 mm e 124g da Osmo Action contra 62,3×44,9×33 mm e 116g da GoPro.
Tecnicamente falando as duas câmeras também se equivalem, contando ambas com sensores CMOS 1/2.3″ de 12MP capazes de filmar em até 4K a 60FPS em widescreen. Em 4:3 4K ambas também são limitadas em 30fps.
Ainda na linha das semelhanças, além do formato JPG utilizado por ambas para as fotos, estão também presentes para os usuários mais exigentes os formatos DNG (caso da Osmo) e RAW (caso da GoPro). Além disso ambas possuem um sistema de estabilização de imagem digital que funciona de forma semelhante. A GoPro batizou o seu de HyperSmooth e a DJI de RockSteady. Com base nos vídeos ambos funcionam muito bem.
Diferenças
Partindo para as (poucas) diferenças, temos a DJI Osmo que é capaz de gravar vídeos em 4K a 100Mbps enquato a GoPro Hero 7 Black é limitada a 78Mbps. Ponto para a câmera da DJI. Por outro lado, a GoPro implementa, além do popular codec H.264, o H.265, mais moderno e que oferece vantagens sobre o anterior.
Outra diferença está no tempo de duração das baterias. A bateria de íons de lítio da GoPro é suficiente para até 90 minutos gravando em Full HD a 60fps ou 45 minutos em 4K a 60fps. Já a bateria de polímero de lítio da DJI Osomo suporta (segundo a DJI) cerca de 135 minutos gravando em Full HD a 30fps ou 63 minutos em 4K a 60fps. Temos que aguardar para ver se isso se confirma ou se é o habitual otimismo da fabricante.
Drone Racing
Essa é uma dúvida interessante e já adianto que não tem uma resposta. O grande problema do drone racing é o risco constante ao qual a câmera está exposta e por este motivo muitos acabam optando por câmeras mais baratas como Runcam 3S e Foxxer Box 2 ou até mesmo câmeras 2 em 1 como Runcam Split Mini 2 e Caddx Turtle V2, que fazem o papel tanto da transmissão de vídeo analógico para o FPV quanto de gravador de vídeo HD, com a vantagem que o hardware fica protegido dentro do frame e não servido de para-choque na dianteira.
Entre os esportistas “heavy” e para pilotos profissionais no entanto a GoPro sempre foi a preferida e talvez demore um pouco para perder esse posto. Depende da resistência do LCD frontal contra pequenos objetos e batidas. E também não tem como deixar de pensar que uma versão “box” ao estilo GoPro Session, mais leve e sem LCD, cairia como uma luva para esta e tantas outras aplicações que independem deste recurso.
Preço
E por último vale citar o preço, também igual, mas não por livre e espontânea vontade da GoPro que vendia sua flagship a U$499 e se viu forçada a reduzir o preço em U$50,00 para igualar os U$439 pedidos pela nova rival. Ao menos para isso já podemos dizer que o lançamento da DJI Osmo Action valeu à pena. Concorrência é sempre bem vinda.