Entre os dias 24 e 26 de setembro de 2019 ocorreu o DJI Airworks, evento anual que trás as últimas inovações do segmento industrial de drones no mundo inteiro, e neste artigo vamos falar sobre dois deles: o P4 Multispectral e o Agras T16.
Daqui 2 meses, em novembro de 2019, o Phantom 4 vai estar comemorando 3 anos de vida, o que em termos de expectativa de vida de drones seria equivalente a um ser humano viver até os 200 anos, alguma coisa assim.
É um momento confuso para muitos consumidores que estavam acostumados a um intervalo muito menor entre as atualizações a linha Phantom, tanto que em maio do ano passado, quando as pessoas já estavam esperando por um Phantom 5, a DJI lançou o Phantom 4 Pro V2 com algumas atualizações, indicando que não pretendia apresentar uma nova geração do seu carro chefe tão cedo.
Mas enquanto os hobbistas e os video makers passam as noites na base de Rivotril esperando por essas respostas, o pessoal do agronegócio e das geotecnologias anda bem feliz pois é por lá que o Phantom 4 anda fazendo a festa. Primeiro foi o Phantom 4 RTK, lançado em outubro de 2018 e com foco em missões de aerolevantamento e coisas do tipo, e agora foi lançado o P4 Multispectral, que como o próprio nome já sugere, vem equipado com uma câmera multi espectral, capaz de captar imagens em diversas faixas de cores, o que leva a agricultura de precisão ao alcance de pequenos produtores rurais pois permite ao agrônomo identificar uma série de problemas na plantação através da análise das imagens geradas.
Eu confesso que não sou um grande entendedor dessa tecnologia mas pelo que pude entender o agrônomo pode alternar entre a imagem RGB em tempo real, que é a mesma que as câmeras convencionais transmitem, e uma análise preliminar do índice de Vegetação por Diferença Normalizada, ou NDVI, e dessa forma ele consegue tomar decisões em tempo real, algo muito mais eficiente e rápido do que utilizar imagens de satélite, por exemplo.
É uma tecnologia muito interessante, sobretudo do ponto de vista da precisão que fica na casa dos centímetros. As câmeras passam por um processo de calibração e os metadados das imagens geradas são sincronizados com o módulo RTK e com a controladora de vôo através de um sistema chamado TimeSync.
Agora uma coisa muito interessante, e vocês podem constatar isso na página oficial do produto, é que o nome Phantom não aparece em lugar nenhum, ao contrário dos demais modelos, incluindo o próprio Phantom RTK. O nome do produto é unica e tão somente P4 Multispectral e o fato de utilizar a mesma plataforma do bom e velho Phantom 4 deve ter sido uma decisão puramente econômica. E isso é mais um indício de que a DJI aparentemente não quer prolongar a existência da linha Phantom.
O preço para quem quiser contar com todo esse poder de fogo começa em módicos 6500 dolares mas pode subir até 9100 dolares dependendo dos opcionais. Se quiser fazer um drone racing com ele aqui no Brasil, espere desembolsar algo na casa dos 50 a 60 mil reais.
DJI Agras T16
A DJI tem investido pesado no segmento agro dos drones, um mercado que já vale 1.2 bilhões hoje e que deverá crescer para a casa dos 4.8 bilhões em 2024. E como a DJI não é boba nem nada, além do P4 Multispectral apresentou também o Agras T16, um monstro de mais de dois metros e meio com peso de decolagem acima dos 40Kg e motores que pesam mais que um Mavic Air… cada um, e que possui a maior carga útil e também a maior largura de pulverização já vista em um drone agrícola da empresa.
Isso em números significa que agora ele possui um tanque com capacidade para 16 litros e que a largura do spray de pulverização aumentou para 6,5 metros. Com o auxílio de 4 bombas de entrega e 8 aspersores ele consegue atingir uma taxa de pulverização máxima de 4,8 litros por minuto e é capaz de pulverizar quase 10 hectares por hora. Além disso a medição da vazão foi aprimorada através da adoção de um meidor eletromagnético, mais preciso que os convencionais. Com isso ele consegue ganhos significativos em relação aos outros modelos desta linha.
Mas se os ganhos relacionados ao processo de pulverização foram significativos, são as atualizações do sistema de vôo que fazem a gente encher a boca pra falar. Ele conta com duas IMU’s e barômetros, redundância de sinal de propulsão, seja lá o que isso for, dupla redundância GNSS + RTK pra garantir posicionamento também na escala dos centímetros, antena dupla pra aumentar a resistência contra interferências magnéticas, radar com tecnologia DBF para evitar obstáculos mesmo à noite ou em ambiente com visibilidade limitada por poeira, holofotes para operação noturna, e também um recurso herdado da linha Mavic: ele é dobrável e pode reduzir o seu tamanho para cerca de 25% do tamanho dele aberto.
E por último mas não menos importante, ele tiliza baterias de 17500mah que podem ser totalmente carregadas em apenas 20 minutos no modo de carregamento rápido. DJI por favor, queremos isso em todos os seus drones a partir de agora.